E havendo Jair Bolsonaro, o Messias, iniciado o último ano do seu desgoverno, deu-se conta de que a obra estava incompleta.
Recolheu-se para meditar e indagou, aflito: “Onde mais deixar a marca do meu inesgotável poder de destruição?”
Lembrou-se das cavernas, ainda intactas. Então, assinou um decreto que para sempre será louvado por uma parte dos homens.
Doravante será permitida a construção de empreendimentos considerados de utilidade pública em áreas de cavernas.
Caberá ao órgão ambiental autorizar, se necessário, até mesmo a destruição de cavernas em nome do supremo bem comum.
Tudo em consonância com o desejo de Bolsonaro de, em troca, ser reeleito, e, uma vez que seja, possa eleger seu sucessor.
Na mesma linha, quando a pandemia da Covid-19 já matara mais de 150 mil brasileiros, ele ensinou a um dos seus amados filhos:
“A pressa para a compra da vacina não se justifica, porque você mexe com a vida das pessoas.”
Ao que aduziu apressado o ministro da Saúde da época, Eduardo Pazuello, motoqueiro nas horas vagas e sujeito a acidentes:
"Para que essa ansiedade, essa angústia?”
Que morressem, pois, os que tivessem de morrer, desde que a economia fosse salva. Os mortos, afinal, serão acolhidos por Deus.
Que se cobre tudo, menos coerência, do presidente que veio ao mundo para exterminar o sistema sem ter algo a pôr no lugar.
Bolsonaro deu sobejas provas até aqui de sua coerência. Se lá atrás foi contra a vacinação de adultos, agora é contra a das crianças.
Em sua falsa ingenuidade, ele diz não entender por que são bem-aventurados os governantes que adotam medidas de isolamento.
Vamos desenhar para que entenda de uma vez por todas: porque fizeram o que ele recusou-se a fazer.
Valorizaram a vida e combateram a morte. E que assim seja!
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