Seleção de Tite é um nada. Um zero à esquerda

Quatro anos após a eliminação precoce na Copa de 2018, a seleção brasileira involui a olhos vistos. Diante de um rival limitado como o Equador, o Brasil foi um nada, em Quito. Um zero à esquerda. O time não tem meio-campo criativo, não tem laterais que apoiem, não tem um esquema ágil e moderno, não tem jogadas ensaiadas, repito, não tem nada. É maçante, irritante e desanimador ver a equipe de Tite em campo.

Pior ainda ouvir as entrevistas empoladas do treinador, com seus "externos desequilibrantes" e suas "zona 14" da vida, se gabando de números que são autênticos me engana que eu gosto - como esse novo recorde de invencibilidade nas eliminatórias que são cada vez mais fracas e ilusórias.

Tite repete na seleção o pior do futebol de totó de Domènec Torrent. Um ponta atarraxado em cada linha lateral, nenhuma aproximação entre jogadores para apoio e tabelas, e o pobre centroavante enfiado entre os zagueiros, mais solitário que o Robinson Crusoé de que nos falava Nélson Rodrigues. Não à toa a camisa amarela vem se tornando, sob o seu comando, um cemitério de camisas nove. 

Sua única obsessão é "ocupar os espaços" e marcar, marcar e marcar. E nem sequer o faz no campo do adversário. O que obriga os pobres extremos a correrem atrás dos laterais que os deveriam vigiar. Com o senhor Adenor, quem diria, o Brasil se tornou um time muito mais preocupado em não levar gols do que em assinalá-los.

Prova disso foi a substituição feita após a expulsão de Emerson Royal. O Equador já tinha um jogador a menos, por causa da expulsão de seu goleiro (e a consequente substituição de um atacante). Pra que recompor a linha de quatro, com a entrada de Daniel Alves? Por que não passar a jogar com três zagueiros e manter Coutinho, que ele convocara contra a opinião geral? 

Fato é que Tite não tem nenhuma ousadia. Flerta com os fundamentos de um ataque posicional, mas é incapaz permitir uma rotação saudável entre os atacantes, bem como a aproximação dos jogadores de meio-campo e o avanço de seus laterais para que isso seja possível.

Por que será que Vinícius Jr. joga tanto no Real Madrid (contra defesas muito mais fortes que a equatoriana) e não parece nem sombra daquele craque da Liga Espanhola sob as ordens de Tite? A resposta é óbvia: o problema não está no jogador, mas no técnico. 

Fato é que a única jogada ofensiva dessa seleção, nos dias de hoje, é "bola no Neymar" e seja o que Deus quiser. Quando ele não está o que se vê é essa indigência futebolística enervante. E ainda há quem ache que o Brasil chegará à Copa como um dos favoritos.



Renato Mauricio Prado

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