Rogério Ceni é bom, mas erra quando quer ser ótimo

 

Vamos deixar claro: Rogério Ceni não é uma promessa. Ele já é um bom treinador e com invejável currículo. Quantos treinadores brasileiros foram campeões da Série A e da Série B do Campeonato Brasileiro? Em apenas seis anos de carreira? 

Seu trabalho no São Paulo é bom. Basta lembrarmos a recuperação de Diego Costa, que começou bem com Diniz e depois caiu bastante. Hoje, após receber confiança e apoio de Ceni, é um dos melhores zagueiros do Brasil.

Rogério tem pecado, porém, em dois tipos de situação. 

1) Demora para reagir - o grande exemplo foi na final do Paulistão. O São Paulo entrou em campo podendo perder por 1 a 0 e levou dois gols em 28 minutos.

Rogério só mexeu no segundo tempo, depois que o Palmeiras fez o terceiro. Não conseguiu reagir e muito menos fazer o time ter algum tipo de reação. 

2) Reage em excesso - o que fez no clássico contra o Corinthians foi, talvez, inédito na história do futebol. O time vencia por 1 a 0, com grande domínio. Poderia ter feito mais três, não fosse Cássio o grande goleiro que é. E Rogério voltou para o segundo tempo com três alterações.

Tudo para surpreender Vitor Pereira, que havia aberto mão dos três zagueiros, trocando Gil por Adson. 

Rogério poderia ter esperado um pouco. 

Poderia ter feito uma troca só, mas, não. 

Tirou Reinaldo e colocou Patrick, deslocando Leo para a esquerda. Tirou Igor Vinícius e colocou Rafinha. E trocou Luciano por Eder. 

Não precisava tanto.


Menon, colunista da UOL

Contra o Ceará, novamente mexeu para reagir ao que o treinador rival estava fazendo. Dorival colocou Mendoza e Rogério tirou Rafinha, que tinha cartão amarelo, para a entrada de Igor Vinícius. E Igor Vinícius permitiu o gol de Mendoza. 

Tem amarelo? Troca.

O outro time colocou alguém descansado? 

Vou trocar o marcador. 

O adversário mudou o esquema? Vou mudar também.

Não precisa ser - ou tentar ser - genial o tempo todo. Basta ser bom. E não perder quatro pontos importantes.



Menon, colunista da UOL


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