Um terço dos professores brasileiros que atuam em escolas públicas dá aula para pouco mais de 300 alunos por ano. Outro dado relevante sobre o ensino público é que a média é de 525 estudantes por professor.
O levantamento foi feito pela Fundação Carlos Chagas (FCC), em parceria com o Itaú Social e a Associação D³E.com.br, a partir de dados do Censo Escolar e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Para trazer esses números, o estudo fez um recorte entre os profissionais que atuam nas categorias ensino fundamental, do 6º ao 9º, de outros países.
O excesso de alunos e a exposição a uma carga horária extensa enfrentada pelos profissionais da educação são a causa de indicadores educacionais de baixo rendimento. A recomendação nacional estipulada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) é que os profissionais tenham no máximo 300 estudantes por ano, mas não há uma política pública ou de fiscalização que restrinja a atuação dos professores.
"Nesses países, os professores dão aulas para menos alunos porque conseguem se fixar em uma única escola. No Brasil, a política de contratação não dá essa condição, e o docente precisa ter uma jornada ampliada em sala de aula, com muitas turmas para atender", explica Gabriela Moriconi, em entrevista à Folha de S.Paulo.
Para a pesquisadora em Políticas e Práticas de Educação e Formação de Professores pela FCC, também responsável pelo levantamento, essas questões dificultam o desenvolvimento e aprimoramento das práticas pedagógicas dos professores. Com isso, ficam prejudicadas a percepção de dificuldade de aprendizagem do aluno e questões comportamentais em sala de aula.
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