A baixa escolaridade, seguida da hipertensão e da perda auditiva, são os principais fatores de risco modificáveis associados à demência no Brasil. Juntas, estariam por trás de 22% dos casos, conforme demonstra um estudo inédito liderado pela USP (Universidade de São Paulo), que mapeou o impacto desses e outros fatores no declínio cognitivo dos brasileiros.
O trabalho também revela que quase metade dos casos de demência no Brasil (48,2%) poderiam ser prevenidos ou, pelo menos, ter seu início retardado com o controle de 12 condições reconhecidamente associadas tanto ao Alzheimer quanto ao declínio cognitivo em geral: pouca escolaridade (considerando 8 anos de estudo ou menos), perda auditiva, hipertensão, obesidade, diabetes, consumo excessivo de álcool, lesões traumáticas no cérebro, sedentarismo, depressão, tabagismo, isolamento social e exposição ao ar poluído.
O baixo nível educacional é o principal fator modificável de declínio cognitivo no país, estando associado a 7,7% dos casos, seguido da hipertensão (7,6%) e da perda auditiva (6,8%). No entanto, nas regiões mais ricas do Brasil e entre os brancos, há uma inversão: a hipertensão é o principal fator, o que revela o impacto da desigualdade. Nos países desenvolvidos, os fatores de maior peso são perda auditiva, baixa educação e tabagismo.
Os autores usaram os dados do ELSI-Brasil (Estudo Longitudinal de Envelhecimento no Brasil), que reuniu 9.412 participantes com idade média de 63,6 anos, estratificados por região onde vivem, nível socioeconômico e raça.
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