O senador Renan Calheiros (MDB-AL) é um personagem que sabe como poucos os caminhos do poder em Brasília. Foi aliado de Lula durante os seus dois primeiros mandatos. Com Dilma Rousseff, votou pelo impeachment, mas, como presidente do Senado, articulou para preservar os direitos políticos da ex-presidente. Também trabalhou o quanto pode para garantir uma aliança com o PT desde o primeiro turno das eleições do ano passado. Renan tem planos ambiciosos no horizonte.
Um deles reúne o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e o mandachuva do PSD, o secretário de governo do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab. Próximo ao Palácio do Planalto, o trio articula para, entre outras coisas, enfraquecer o grupo político do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o que pode gerar um problema para o governo.
Numa conversa recente com Kassab, Renan Calheiros disse que o MDB pode apoiar o líder do PSD na Câmara, Antônio Brito, para suceder Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Casa. Renan trabalharia inclusive para convencer a bancada de deputados do PT a apoiar Brito contra os outros concorrentes — entre eles, o líder do União Brasil, Elmar Nascimento, candidato apadrinhado por por Lira, que é rival do senador no estado de Alagoas.
Os petistas, de fato, têm certa simpatia por Brito. E Renan, de fato, quer fazer o possível e o impossível para enfraquecer Lira. Falta combinar com Lula.
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