Preto, pardo, negro: qual a origem e por que dividimos o Brasil assim?

Pardo, preto ou negro? Qual palavra é a mais correta para a gente se referir à população afrodescendente no Brasil?

Todas elas estão corretas e hoje são usadas tanto em estudos acadêmicos quanto em órgãos oficiais, como o IBGE. Mas cada uma tem o seu significado e uma história de como se oficializou no Brasil - elas até mudaram de sentido com o passar do tempo.

No Destretando deste semana, Arape Malik explica o uso destas palavras e o contexto de cada uma. Confira abaixo:

A população autodeclarada parda no Brasil é o maior grupo étnico-racial do país, de acordo com o Censo de 2022, apresentado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Foi a primeira vez que o número de pessoas pardas superou o de brancas.

Os pardos somam 92,1 milhões de habitantes - 45,3% da população brasileira. Os autodeclarados pretos somam 20,6 milhões de pessoas - 10,2% dos brasileiros. De acordo com os critérios do IBGE, o termo "negro" engloba tanto indivíduos pardos quanto pretos, abrangendo uma categoria mais ampla que corresponde à combinação de pessoas afrodescendentes.

O termo pardo está documentado nas primeiras cartas enviadas depois da chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500. Pero Vaz de Caminha, por exemplo, utilizou o termo para se referir aos indígenas que não eram nem tão escuros, nem tão claros.

O termo foi usado no primeiro Censo, em 1872, e durou até o Censo de 1890, quando foi substituída por "mestiço". A denominação parda voltou oficialmente a ser usada com Getúlio Vargas, em 1940, e dura até hoje.

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