Pastor é investigado por abusos sexuais em GO e PA

A Polícia Civil está investigando o pastor Dagmar José Pereira, da Igreja Assembleia do Reino de Deus, por supostos abusos sexuais cometidos contra mulheres da congregação. Os casos teriam acontecido nos estados de Goiás e Pará.

As acusações vieram à tona após a estudante Isabella Sâmara, 21, moradora de Goiânia, começar a divulgar os relatos das vítimas em suas redes sociais. Isabella, que cresceu frequentando a igreja e conhecia o pastor, como uma figura familiar, sentiu-se obrigada a agir após receber diversos relatos de abusos cometidos por ele.

"Eu comecei a falar sobre ele no Instagram por causa de uma situação que me deixou chateada e, logo após isso, as vítimas começaram a aparecer, compartilhando suas histórias de abuso", explica Isabella, que perdeu a conta de quantas denúncias recebeu por meio de vídeos e mensagens. "Acredito que recebi mais de 30 denúncias."

Em seu perfil no Instagram, Isabella reuniu muitos depoimentos de mulheres que dizem terem se calado durante anos após os abusos e que, influenciadas pela onda de denúncias exibidas por Isabella, ganharam coragem de contar as histórias delas também.

Eu sei quem ele é. Ele foi meu líder de jovens nessa época. Lembro que em um retiro durante um banho de rio, ele pegou na minha bunda bem forte e apertou. Lembro que fiquei tão assustada, que congelei. Fora os abraços mais estranhos e pegajosos. Que a justiça seja feita e ele pague,

relata uma das mulheres, em uma mensagem' enviada a Isabella. 

"Comigo ele fez o mesmo, dizia que se eu falasse nenhum jovem da igreja ia falar mais comigo, que se ele me excluísse, todos os jovens fariam o mesmo, e eu não ia participar mais de nada", afirma outra jovem. Segundo Isabella, entre as vítimas estão mulheres que, à época dos acontecimentos, ainda eram adolescentes.

Um desses depoimentos que mais me marcou foi o de uma mulher que contou a ele, em confissão, em segredo de sacerdócio, sobre um trauma anterior. Ela havia sido abusada. Ela disse a ele que não gostava que tocassem em seus seios devido ao trauma. Em vez de oferecer apoio, ele usou essa informação para abusar dela ainda mais. E pegou nos seios dela para 'fazer a comprovação' de que ela teria realmente aflição ao ser tocada.
Isabella Sâmara.

Até o momento, segundo a Polícia Civil de Goiás, duas mulheres procuraram a Delegacia da Mulher para prestar depoimento. Já a Polícia Civil do Pará não informou o número de mulheres que se apresentaram à Deaca (Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente) de Parauapebas


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