Partidos do governo e da oposição se unem para eleição na Câmara

O Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro, estão juntos em prol de uma mesma candidatura para a presidência da Câmara dos Deputados. O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) é o nome apoiado por essas duas legendas e outras cinco siglas: PP, Republicanos, MDB, Podemos e PCdoB.

A união é inusitada, mas não é inédita. Em 2023, os mesmos partidos se juntaram para apoiar Arthur Lira (PP-AL) nas eleições à Presidência da Casa. O PL e o PT têm as maiores bancadas da Câmara e são siglas decisivas na conclusão desse pleito.

Contudo, um dos dois partidos sairá frustrado nessa aliança. Entre as moedas de troca, está o projeto que anistia quem participou dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Para o PT, a proposta é inconstitucional e não pode passar pelo plenário. Já para o PL, o texto é uma das prioridades para aprovação.

Vale lembrar que o projeto de lei pode abrir margem para uma reversão na decisão que causou a inelegibilidade de Bolsonaro, e por isso ocupa uma posição tão alta na escala de prioridades do partido do ex-presidente.

O cientista político e advogado autônomo Nauê Bernardo Azevedo explicou que o jogo político partidário que vem sendo jogado na Câmara acaba forçando um posicionamento dos partidos. "Porque, quando se monta os blocos, você acaba definindo a ordem de distribuição de cargos da mesa nas comissões. Quem deixar pra entrar muito tarde nessa canoa, pode acabar pagando um preço muito alto pela exclusão", disse.

"Como o Hugo Motta vem arrebatando muitos apoios, há ao redor dele uma expectativa real de poder. No entanto, alguém realmente vai sair bem frustrado dessa história, porque esse projeto de lei representa o enfrentamento em várias esferas não apenas com partidos dentro do Parlamento, mas também com forças que estão fora", destacou Azevedo.

Segundo o cientista político, o Hugo Motta vai desagradar a alguém, em algum momento, o que pode vir a atrapalhar a sua candidatura. "Porém, é difícil dizer no atual cenário. É importante lembrar que a eleição é em fevereiro, então tem muita coisa para acontecer até lá", frisou.




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