Gabriel Barbosa entrou no jogo contra o Peñarol quando faltavam mais de 30 minutos para que a partida terminasse. Era tempo suficiente para que ele participasse ativamente das construções e finalizações que, se acontecessem, poderiam colocar o Flamengo na semifinal. Mas se Gabriel tocou na bola a gente não notou. Era como se ele não estivesse ali. Esse é o mesmo jogador que entre 2019 e 2022 foi o cara, o ídolo, um dos maiores expoentes do Flamengo desde Zico.
Dois anos depois, Gabriel é só mais um. Ou, como vimos na partida contra o Peñarol, menos um.
A história de Gabigol no Flamengo carrega um tom de ineditismo difícil de ser comparado. Ídolo maior que em tempo recorde vira apenas um cabisbaixo atleta no banco de reservas. No fim do ano, vai deixar o clube que o consagrou e o afundou.
De quem é a responsabilidade pela queda de Gabriel Barbosa? Acho que a única resposta aceitável seria dizer "dele mesmo". Gabriel foi arruinado pelo êxito, um evento que é bastante comum. Tão comum que foi criado pelo pai da psicanálise, Sigmund Freud.
Para Freud, o sentimento de culpa inconsciente de quem não se acha merecedor de suas conquistas é o que faz muita gente rumar para o abismo.
O que acontecerá com ele quando sair do Flamengo? Vai ser capaz de se reencontrar com o atleta ou vai deixar a celebridade tomar conta? Vai procurar ajuda mental para se recolocar em campo ou vai seguir acreditando ser vítima de treinadores que não o compreendem? Vai bater no peito e chamar para si a responsabilidade da volta por cima ou vai ser para sempre o gênio incompreendido?
Seu destino está em suas mãos e em seus pés. A história do esporte está repleta de pessoas que deram voltas por cima exuberantes. Gabriel é jovem e pode ser mais um. Eu vou torcer por isso.
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