O estudo, realizado em março deste ano, mostra que 65% das mulheres consideram serem mais prejudicadas que os homens quando há falta de disponibilidade ou qualidade de serviços públicos. Seja quando faltam creches e escolas públicas; quando a segurança pública falha ou a violência urbana cresce.
Segurança, saúde e transporte são os pontos chaves para conquistar esse eleitorado. A pesquisa "As Mulheres na Cidade" tem uma amostragem de 1500 entrevistas em 137 estados da federação e foi realizada nos dias 13 e 14 de março. O levantamento apontou que as mulheres são usuárias mais intensivas de serviços públicos, percebendo de forma mais direta suas qualidades e limitações.
Segundo a pesquisadora e CEO da Ideia Instituto de Pesquisa, Cila Schulman, a mudança não é apenas no número de eleitoras, que hoje representam 52% do eleitorado. Mas também na maneira de votar. Ela lembra que no final dos anos 80, quando se deu a redemocratização, suas primeiras pesquisas precisavam separar mulheres e homens em ambientes diferentes. "As mulheres não se manifestavam em frente aos homens", relembra
A pesquisadora acredita que as mulheres hoje são mais pragmáticas no voto e esperam da política resultados concretos, já que culturalmente interagem mais com as áreas de saúde, educação, violência de gênero e segurança, áreas que o futuro prefeito ou prefeita precisarão cuidar. "A maioria das mulheres assumem culturalmente a função do cuidado com a família, desde os mais novos, até os mais velhos. Por isso precisam ser mais exigentes com os resultados", explica a pesquisadora.
A primeira vez que as mulheres votaram no Brasil foi no ano de 1933. No ano seguinte, 1934, a primeira deputada federal foi eleita para compor a Assembleia Nacional Constituinte, Carlota Pereira de Queirós. Se passaram 90 anos e as mulheres já são maioria de pessoas aptas a votar.
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