Com ausência na votação da PEC, centrão começa a cobrar mais caro

O Palácio do Planalto e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), davam como certo que conseguiriam aprovar ainda nesta quinta-feira, 7, a chamada PEC dos Bilhões. A proposta de Emenda Constitucional distribui R$ 41,2 bilhões em benefícios às vésperas das eleições de outubro. Mas a Câmara revelou que Lira e Bolsonaro estão fortes, podem muito no Congresso, mas não podem tudo.

Eis que não houve quórum para votação em plenário da PEC, mesmo depois de aprová-la a toque de caixa na Comissão Especial e realizar, nesta mesma quinta-feira, sessão plenária de apenas um minuto para queimar etapas regimentais que permitissem a votação. Não houve jeito, apenas 427 dos 513 deputados registraram presença.

Historicamente, tem-se que ter uma margem segura de 480 deputados presentes, ou no mínimo, 450 para votar uma PEC. Com menos do que isso, é praticamente impossível conseguir os 308 votos necessários à aprovação de emendas constitucionais.

Desolado, Arthur Lira teve que suspender a votação e marcar nova tentativa para a próxima terça-feira, 12. Três dias antes do recesso parlamentar de meio de ano, que está marcado para começar no dia 15 e vai até 2 de agosto.

E por que não houve quórum? A experiência indica que deputados e senadores se dispõem a votar quando querem. Seguem uma escala de prioridades que varia de acordo com os seus interesses políticos imediatos. 

Votar a PEC para beneficiar o presidente Bolsonaro, portanto, não estava nos trend topics de prioridades da base de apoio parlamentar ao presidente no Congresso. Faltou base parlamentar em plenário. Para que a sua base compareça, na próxima terça-feira, Bolsonaro terá que atender mais favores dos parlamentares. É o centrão começando a cobrar mais alto.

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