Sem rumo, a bancada do PL na Câmara agoniza: “Cadê o Bolsonaro?”

“Temos um líder, e nós o seguimos. Um companheiro que hoje está passando talvez o pior momento de sua vida, porque esperava uma vitória. Imagina a sua angústia! Não consigo falar com ele… Talvez alguém consiga. É para dar essa força. Temos que levantar a cabeça. Temos que nos reinventar.”

O líder angustiado e isolado é Jair Bolsonaro. A declaração acima é do experiente deputado Jefferson Campos (PL-SP), eleito para seu sexto mandato, e foi dita ontem em uma grande reunião da bancada de seu partido (foto acima), na tentativa de juntar os cacos da derrota para Lula e seguir em frente. Parlamentares novatos também participaram da agenda.

O partido elegeu a maior bancada na Câmara da próxima legislatura, com 99 deputados, mas está sem rumo. Nessa reunião, foram discutidas maneiras de reagir. Houve defesa do apoio aos movimentos golpistas nas portas dos quartéis – falou-se até em acampar em frente ao Senado –, insistência no impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ponderação de obstruir votações do Congresso no ano que vem.

“A partir de agora, não faremos acordo para mais nada enquanto não votarmos o impeachment de ministros do Supremo (STF) lá no Senado. Se os 99 deputados quiserem acampar em frente ao Senado, estou dentro. O que não podem é calar a nossa voz”, disse Marcelo Moraes (PL-RS).

O PL vê o futuro com pessimismo e muitas dúvidas. Sobrou até para o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, que condicionou o apoio do partido à reeleição de Arthur Lira à Presidência da Câmara a um gesto recíproco no Senado; ou seja, Lira deveria apoiar alguém do PL para presidir a outra Casa.

“A notícia que corre é que o (Rodrigo) Pacheco já está reeleito lá no Senado”, afirmou Giovani Cherini (PL-RS).



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