A pequena Balbinos, no centro-oeste paulista, é o município com o maior porcentual de homens do Brasil. São 443 homens para cada grupo de 100 mulheres, de acordo com a nova etapa dos resultados do Censo 2022 divulgada na sexta-feira, 27 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cidade tem duas penitenciárias masculinas, o que acaba provocando essa disparidade.
Na quinta-feira, os dois presídios somavam 2.340 detentos, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) do Estado. A população carcerária supera a do restante da cidade, que é de 1.537 habitantes, segundo números da prefeitura.
Balbinos tinha 1.313 habitantes em 2000, segundo o IBGE, e passou para 3.932 em 2010, crescimento populacional de 200% em uma década, um dos maiores já registrados em um município brasileiro. O aumento se deu após a construção de duas penitenciárias masculinas, inauguradas em 2006.
A cidade, que ficou mais de 60 anos sem crimes de mortes, registrou o primeiro homicídio em 2010, dentro da penitenciária. Em março deste ano, houve outro homicídio com característica igual: um detento foi enforcado. "Não é mais a cidade pacata de antes, mas ainda é muito bom viver aqui, onde nasci", diz o chefe de gabinete da prefeitura, Márcio Alexandre Luizão Serrano, de 48 anos.
A demógrafa Izabel Guimarães Marri, gerente de população do IBGE, explica que cidade menores, de até 5 mil habitantes, costumam ser mais masculinas. "Municípios agrícolas, focados em extração mineral, também costumam ser mais masculinos. Na verdade, Balbinos é um município com população carcerária muito alta. Balbinos e outros municípios paulistas têm população masculina alta por isso", disse.
A fundação da cidade, que acaba de completar 70 anos, se deve à família Balbino. Quando pertencia a Piraju, as terras locais concentravam uma das maiores produções de café do mundo. Para a organizadora de eventos Ana Luisa Linares, é um ótimo lugar para se viver. "Um povo humilde e respeitoso", disse.
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