Brasil não investe na educação como deveria, segundo Education at a Glance

Milhões de brasileiros acordaram ontem, 5, e hoje, 6, abismados com o resultado do PISA (Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes). Já era de se esperar esse resultado pelas condições em que vive a nossa educação. 
 
Está no relatório "Education at a Glance": o Brasil é um dos países com menor investimento por aluno entre os pesquisados. Na educação básica, são US$ 3.975 por ano, anos-luz distante da média da OCDE (US$ 10.949, numa conta que já ajusta os resultados pelo poder de compra de cada país). Somos ainda uma das nações que pior remunera seus professores. Enquanto o piso nacional é de US$ 20.261 anuais, na média da OCDE o valor é de US$ 34.563.

Os prefeitos, governadores e o presidente não piorizam a educação como ela deveria ser. A tríade política esquece que não se faz boa escola sem condições de ensino adequadas nem professores bem-remunerados. 

O que tem feito o Brasil nas últimas duas décadas para melhorar seu ensino? Criou um piso nacional para o magistério, ainda insuficiente para tornar a carreira atrativa, impôs uma Base Curricular e uma reforma do Ensino Médio com escasso diálogo, gerando rejeição, aprovou um Plano Nacional da Educação que fala em gastar 10% do PIB na área, meta solenemente ignorada (estamos patinando na metade disso), entregou a formação de professores ao predatório ensino particular a distância, responsável por diplomar 4 a cada 5 novos docentes, sabotou-se num período de desmonte (Bolsonaro), assistiu, em todas as gestões, à entrega de parcelas crescentes da formulação de políticas públicas a big techs, institutos e fundações empresariais, apostou em soluções autoritárias (escolas cívico-militares) e modismos tecnológicos que nada resolveram.

Se não mudar os modulos operandis da educação, pasmem, continuaremos na UTI, ops tirando notas baixas no PISA.

Vida que segue...



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