A Falta de Perspectiva dos Cabroboenses

O imediatismo sempre foi característica da nossa sociedade cabroboense, isso é indubitável. Atender os interesses momentâneos, especificamente individuais, surge como forma de realização.

Entretanto, não observamos uma luz ao fim do túnel quando tratamos de evolução das finanças e de empregabilidade da população.

Subsistem miséria, pobreza e subempregabilidade. Por óbvio que o momento econômico nacional favorece à piora desses problemas, porém, projetos públicos e privados de médio e longo prazo são essenciais à mudança dessa realidade, os quais não existem em nenhum campo.

A iniciativa privada sucumbe à falta de investimentos públicos em planejamento, organização e promoção de todos os setores econômicos, desde o agrícola, até o comércio. Existem ações pontuais, é verdade, de curto prazo e incipientes.

Diretamente, o setor público continua a subempregar, com funcionários muitas vezes abrindo mão da integralidade de sua remuneração afim de suprir sua necessidade imediata. Não bastasse a inexistente valorização do servidor público e sua capacitação - e falo de todos, não de escolhidos.

Imaginem que um gari ou uma margarida entrarão no serviço público e receberá 1 salário mínimo do início ao fim dos seus anos de trabalho de sol a sol.

Fica a questão: que sociedade estamos promovendo? Qual será o futuro desse lugar, dependente de recursos do Governo Federal, sem os quais fica inviabilizada a administração?

Gerações e gerações chegando e passando e nos encontramos no mais do mesmo: uma sociedade que pouco pensa no outro, numa guerra sem fim, alimentada por um setor público conivente, que não trabalha pelo associativismo e cooperativismo, ou mesmo pelo desenvolvimento de algo, que ainda que não tenha sucesso, promova a união e a esperança de um povo em torno de uma causa desenvolvimentista.

Realmente, evoluímos enquanto seres humanos e enquanto sociedade, porém a reboque da evolução nacional.

Não fosse a iniciativa de corajosos agricultores, que se sujeitam a todo tipo de vai e vem do mercado, vendendo sua produção, qual seria o “case” de sucesso do nosso município?

Chega a hora e o momento de parar e pensar se queremos continuar dependentes de um serviço público que proporciona subempregos e salários “divididos” e de um setor privado que não reúne condições de pagar sequer um salário mínimo - em sua imensa maioria -, ou mudar essa história, exigindo, mediante os instrumentos democráticos, uma nova conduta dos responsáveis pelos destinos do nosso povo e da nossa terra.

Os semáforos desativados, os restaurantes fechando, a falta de movimento no período vespertino no setor comercial, a falta de novas oportunidades no setor industrial, a inexistente política agropecuária, a realização de obras de infraestrutura apenas com recursos estaduais e federais, são suficientes para dar o tom de que estagnamos!

Precisamos e devemos saber qual o destino para o qual estamos sendo conduzidos, sob pena das próximas gerações serem circundadas por álcool, droga, violência e baixíssimos conteúdos educacionais, a despeito de uma ou outra iniciativa que se sobressaia.

Cabrobó não pode ser condenado à morte!

Vida que segue...




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