Tempos novos, estranhos, para os que já viveram mais tempo. Não usamos o mesmo tom de 30, 40 anos atrás. Sequer pensamos como pensávamos nos limites pré-pandemia. As mudanças sociais, de comportamento, ocorreram à velocidade da luz, não conseguimos alcançá-las. Quando se reflete sobre uma conversão, nova mutação nos desafia.
Falo dos jovens. Quem não tem netos adolescentes, pré-adolescentes, certamente tem filhos nessa idade. Ou convivem – ou já conviveram com eles. A adolescência tem a profundeza de um abismo. Não se arrisque, se não souber lidar com esse mundo provocador. Cada dia mais desconcordante.
São surpreendentes os jovens. 11, 12, 13, 17 anos. Deixe-se levar para uma conversa sem compromisso, vai aprender com eles. Sente-se com eles, saia com eles, passeie com eles, pergunte do “namoradinho” ou da “namoradinha” com interesse, sem desapreço. Sem pré-julgamento, se o menino tem um namorado, a menina, uma namorada. Tente, sem invadir seu espaço sagrado, saber de suas angústias e desconfortos.
São espetaculares os jovens. Ensinamento em pedra bruta. Sabem de coisas que, às vezes, acreditem, desconhecemos. Seu universo é tão paralelo que não entramos nele. Podemos rondá-los, adivinhá-los, admirá-los pela coragem que (quem sabe?) não tivemos. Foi-se o tempo em que o adulto, sempre dono da razão, desprezava as crenças e convicções de nossos adolescentes.
É tempo de percepção, e, acima de tudo, compreensão. O cenário é radicalmente oposto ao de poucos anos atrás. Jovens curiosos da vida, em sua maioria, querem experimentar o que se apresenta. Não, não falo de drogas. Não é minha praia. Falo de gente, de amor. De amigos e amigas.
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