A partir de 2017, a TV Globo passou a não renovar o contrato da maioria das estrelas da teledramaturgia com salários altos, a exemplo de Malu Mader, Carolina Ferraz, Antônio Fagundes, Miguel Falabella e Reynaldo Gianecchini.
Deixar de pagar mensalmente valores entre R$ 50 mil e R$ 200 mil, inclusive quando os artistas estavam fora do ar, gerou impacto positivo nas contas. A adoção de vínculo por obra, com duração curta, se mostrou mais viável economicamente.
Positivo para as finanças do grupo, o esvaziamento do banco de elenco, que chegou a ter mais de 1.000 contratados fixos, gerou um problema artístico: a escalação de muitos atores novatos ou menos experientes para as novelas.
Por salários menores, entre R$ 10 mil e R$ 30 mil a quem não está entre os protagonistas, eles aceitam a valiosa oportunidade de atuar na maior vitrine eletrônica do país. Dão a cara a tapa em papéis que antes seriam ocupados por atores conhecidos.
Essa renovação é importante, porém, pode afetar a qualidade do produto e estressar os iniciantes em consequência da gigantesca responsabilidade. Houve casos de jovens injustamente marcados por fracassos devido à superexposição.
“Não dá pra fazer, como já teve em algumas novelas, 90% de atores jovens que não seguram, não seguram mesmo”, analisou a atriz Eliane Giardini no ‘Otalab’ do Canal Uol. “Não é só questão de talento, é questão de expertise mesmo.”
Uma conjunção de fatores pode catapultar um estreante à máxima popularidade e elevar o interesse pela novela, como aconteceu com Diego Martins (Kelvin) e Amaury Lorenzo (Ramiro) em ‘Terra e Paixão’. Imprevisível, esta situação tem sido cada vez mais rara.
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