Prezada Secretária, gostaria de relembrar minha história profissional no município de Cabrobó. Fui contratada no início da atual gestão para atuar nos ambulatórios dos dias de quarta-feira e recebia corretamente. No final do ano de 2021 houve o repasse da gestão da saúde para o Instituto de Desenvolvimento Humano (IDH) e aí rapidamente os problemas começaram. Em primeiro lugar, em novembro e dezembro de 2021 descontaram irregularmente do meu salário o importe mensal de R$ 1.500,00 mensal.
Prontamente entrei em contato para saber o que tinha havido e recebi a informação de que não me preocupasse porque teria sido um equívoco e que iriam pagar o valor devido no próximo mês. Fato que nunca aconteceu (estamos em 14/03/2023). Com a entrada do IDH houve uma redução do meu salário sem qualquer justificativa plausível. Comuniquei o desrespeito com o contrato e a resposta era que seria assim mesmo e que o profissional deveria se adequar ao que o IDH paga, independente de contrato assinado. Indaguei que isso seria errado e pedi os meus contratos, devidamente assinados. Daí em diante só desculpas.
Todavia, como tinha carinho com as pacientes continuei a me submeter a este desrespeito. Chegamos no último mês (fevereiro/2023), e para minha surpresa descontaram R$ 3.000,00 de meu vencimento, sob a alegação de que faltei dois dias. A primeira suposta falta seria em uma quarta que eu estava sangrando, com risco de sofrer aborto em minha gestão, o que acabou acontecendo. Perdi um filho. E a segunda suposta falta foi na quarta de cinzas (feriadão de carnaval).
Após o recebimento da quantia a menor, continuei indagando pelos contratos, pelos valores recebidos a menor, pelo absurdo de ter recebido falta enquanto perdia um filho. Até agora não obtive nenhuma resposta plausível. Hoje ainda tive que escutar da secretaria de finanças que eu tivesse compreensão em nome de Jesus, pelo simples fato de ter solicitado desde sexta feira a cópia do meu contrato. Voltamos para o que sempre recebi da gestão. Desculpas e mais desculpas e nunca se cumpre o que se promete. Não se cumpre a palavra. Não se paga o que se deve. Não se abona falta com atestado médico. Não se tem compreensão e nem humanidade na perda de um filho.
Em suma, não há a mínima condição de se continuar trabalhando em um lugar como esse. Solidarizo-me com minhas pacientes, mas não irei mais me submeter a tanto desrespeito. Comunico que não irei mais trabalhar no município. Espero cópia dos contratos assinados até o dia 18/03/2023 e os meus salários que foram subtraídos irregularmente.
Passada a data irei ajuizar ação correspondente.
Grata!
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