Já na comparação com 2021, a alta foi de 16,9%. Naquele ano, o ticket médio do carro zero-km vendido no Brasil foi R$ 111.932. Aliás, foi em 2021 que o mercado registrou o maior salto anual na média paga pelo brasileiro, em uma análise dos últimos cinco anos. Ante 2020, a alta foi de 29,6%.
A análise dos últimos cinco anos mostra que a pandemia foi o divisor de águas para o ticket médio dos carros no Brasil. De 2017 a 2019, a alta foi moderada, indo dos R$ 70.877 no primeiro período da análise para R$ 76.430 dois anos depois.
Então, chegou 2020, e o mundo entrou em lockdown. A cotação do dólar começou a disparar, com altos reflexos no preço do carro zero-km. Ao final daquele ano, o ticket médio já havia aumentado para R$ 86.385, aumento de 13%.
Mas a pandemia não apenas disparou o preço do carro. Ela também gerou uma mudança no perfil do consumidor brasileiro. Modelos de entrada perderam participação, pois os clientes desses produtos deixaram de ter poder aquisitivo para comprá-los.
Dos três produto mais emplacados no ano passado, Strada, HB20 e Onix (nesta ordem), todos têm versão que passam dos R$ 100 mil. E a opção topo de linha da picape da Fiat se aproxima dos R$ 130 mil. Trata-se do veículo mais vendido do mercado nacional em 2022.
Além disso, os carros verdadeiramente "populares" são cada vez mais raros. Atualmente, apenas Mobi e Kwid podem ser classificados assim. E ambos passam dos R$ 60 mil. O Fiat foi o quinto mais emplacado em 2022. Já o Renault ficou fora da lista dos 20 mais vendidos.