A emocionante vitória por 2 a 1 no Clássico dos Milhões, com direito a gol decisivo aos 44 minutos do segundo tempo, não encobriu o desempenho aquém das expectativas do Flamengo ante o Vasco na tarde de ontem (6), no Estádio Nílton Santos.
Sob a gestão de Paulo Sousa, o time foi a campo com sua nona escalação diferente em nove jogos, e, embora fosse visível a superioridade técnica, ela não foi o bastante para evitar a atuação improdutiva dos rubro-negros no clássico.
À parte dos dois gols — um por bola parada, no início do jogo, e outro graças ao talento e a pontaria de Arrascaeta, já no final —, Gabigol, Everton Ribeiro e companhia sofreram para furar o bloqueio de Zé Ricardo, que fechou bem sua equipe e, por pouco, não saiu do Engenhão com um empate.
A posse de bola no campo de ataque flamenguista não resultou em boas oportunidades criadas, e o Fla rodou a bola no setor ofensivo por boa parte do confronto, quase sem levar perigo à meta de Thiago Rodrigues.
A falta de objetividade incomodou o técnico português, que após a partida reconheceu a má atuação do time, sobretudo na criação das jogadas. "Faltou profundidade para sermos mais criativos e criar mais situações de gol", observou o treinador, e prosseguiu:
"Poderíamos ser mais efetivos. Dentro da superioridade devemos aumentar o número de oportunidades, e temos que ser mais consistentes para atingir nosso melhor nível."
Individualmente, a maioria dos titulares não foi bem, especialmente Andreas Pereira, que pouco fez no setor ofensivo, falhou ao perder a bola no lance do gol vascaíno e deixou o campo vaiado, minutos depois. Perguntado sobre o meia, Paulo Sousa desviou o assunto, e disse que este é o momento do elenco estar unido.
Deslocados de suas habituais funções, Everton Ribeiro e Gabigol também foram mal. O primeiro, pela esquerda, parecia escondido, e não produziu no setor ofensivo. Já o camisa 9, mais afastado da área, tentou cruzamentos para Bruno Henrique, centralizado, e teve uma boa chance, mas foi travado pela zaga.
O belo gol marcado por Arrascaeta, já nos últimos minutos, serviu mais como exemplo da falta de criatividade e opções do ataque, ao depender dos chutes de fora da área, que de qualquer melhora pelas substituições.
O técnico admitiu que a vitória não veio por méritos táticos: "na segunda parte, foi mais no coração do que controle do espaço, triangulações e interação dos setores."
Até o início do Brasileirão e da fase de grupos da Libertadores, Sousa terá mais um mês para que as engrenagens se encaixem em sua equipe. Até lá, disputará a reta final do Campeonato Carioca, ao qual o português confere "um peso enorme, comigo [a importância] foi sempre bem presente".
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