Salário mínimo fixado pelo governo é quase 5 vezes menor do que o necessário

 

A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia elevou, ontem, a estimativa anual para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 4,25% para 6,7%. A partir do INPC, o governo faz a correção anual do salário mínimo. Se a estimativa da equipe econômica estiver precisa, o salário mínimo pode chegar a R$ 1.293 em 2023. Em um contexto de inflação em alta, esse valor está muito aquém da necessidade do brasileiro.

Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para mais de 50 milhões de brasileiros. Desse total, 24 milhões de pessoas são beneficiárias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo o departamento, a defasagem entre o valor real e o valor necessário é de quase cinco vezes.

Em 2022, por exemplo, o salário mínimo está fixado em R$ 1.212. Mas segundo o estudo do Dieese, deveria estar em R$ 6.012,18 para atender às necessidades básicas do cidadão.

A economista e consultora econômica Catharina Sacerdote lembra que o salário mínimo foi criado com o objetivo de garantir o mínimo de dignidade ao trabalhador e sua família, cobrindo assim, as despesas consideradas essenciais, como alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. Segundo ela, o cálculo do salário mínimo necessário precisa ser atualizado. "Um exemplo disso, é que a ONU tem implementado, desde 2021, um movimento que visa promover a importância de implementar salários e trabalhos mais dignos no Brasil", observa.





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