A maneira como o Novo Ensino Médio está sendo apresentado causa uma sensação de medo e abandono nos professores. Como sempre, os mestres estão recebendo a “batata quente” no colo. Desde o ano de 2017, a Secretaria de Educação tinha conhecimento sobre as novas mudanças, mas não capacitou seus professores. Aliás, o Estado do Pará nunca se preocupou com a formação continuada de seus educadores. Tudo chega empurrado de “goela abaixo” e sem nenhum planejamento. O resultado não poderia ser pior.
Na terça-feira (8), a Seduc iniciou uma formação de 3 dias, intitulada “Jornada Pedagógica Unificada”, mas que não atende aos anseios de gestores, coordenadores e professores. Entre o que a equipe de formadores, bem intencionada, explica e o chão da escola, existe um abismo gigantesco. A maioria dos educadores se encontra desmotivada porque já percebeu que o governo vai jogar de novo o “abacaxi” nas mãos de quem lida diretamente com os alunos no cotidiano.
O chamado Novo Ensino Médio demanda escolas adequadas; laboratório de informática com internet; laboratório multidisciplinar; salas de dança; salas de música; quadra poliesportiva coberta, entre outras necessidades vitais para se desenvolver uma educação com a qualidade à altura dos estudantes, porém o quadro atual encontra-se muito longe disso, pois a maioria das unidades de ensino está desprovida destes recursos pedagógicos.
A história da qualidade da educação no Pará mostra que o modelo de gestão da Secretaria de Educação, já se esgotou. Com um mínimo de inteligência, qualquer pessoa percebe que a estrutura precisa ser alterada. Se estamos ocupando sempre as últimas posições do ranking nacional, há décadas, algo novo precisa chegar para se avançar rumo a melhoria do ensino. No entanto, a forma como o tal Novo Ensino Médio chegou ao Pará, está sobrando para os coitados do professores.
Se a mudança de rota não for corrigida, o primeiro “Ideb” do Novo Ensino Médio jogará, com certeza, a educação do Pará para a última colocação. Infelizmente, para a sociedade, a culpa é do professor. Visto sempre como preguiçoso, incompetente, grevista e arruaceiro. Se o jogador de futebol precisa treinar para jogar bem, o professor necessita de um mínimo de estrutura e capacitação adequada para vivenciar as mudanças na educação junto com seus alunos.
(Pedro Souza/Portal Debate)
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