Eleições 2022: as encruzilhadas da candidatura Keniston (parte 4)

Já comentamos aqui, por diversas vezes, que a candidatura de Keniston Braga, titular da SEGOV de Parauapebas, e espécie de gerente geral do governo municipal, enfrenta alguns obstáculos, não para sua inscrição eleitoral, pois isso já está garantida, mas para sua consolidação política.

Falamos consolidação política no sentido, evidente pra todos/as, de que a mesma é o primeiro passo para que Keniston construa a base do projeto político do grupo que representa, e que é liderado pelo prefeito Darci Lermen (MDB): no caso, manter o controle da prefeitura de Parauapebas.

Já destacamos aqui alguns obstáculos para isso. Desde as limitações de sua formação político-pessoal até as contradições políticas entre a pretensão de Keniston e os embaraços gerados pelas situações nacional e estadual das eleições gerais de 2022. Só para exemplo: como apoiar a aliança Lula-Hélder numa cidade com tendência bolsonarista, inclusive em seu próprio (de Keniston, fque claro) meio social?

Além de outros “probleminhas”. Dentre eles, pelos menos três novos apareceram nos últimos dias. Um deles foi a recuperação do mandato e dos direitos políticos do vereador Aurélio Goiano (PSD), que, ao assumir-se como oposição à atual administração municipal, vem catalisando-a e, se se lançar candidato a deputado federal, tornará a eleição plebiscitária e prévia para a de 2024.

segundo é o crescimento da candidatura do vereador Braz (PDT) a deputado estadual: ao seu estilo, discreto e firme, Braz vem disseminando seu nome, em Parauapebas e região, despontando como forte candidato a ser o mais votado dentre seus/as concorrentes em nossa cidade, fato que o fortaleceria para a disputa de 2024.

Por fim, o inusitado: nesta semana, o juiz eleitoral Celso Quim Filho, em resposta à ação impetrada pelo PRTB, determinou a cassação do registro eleitoral das candidaturas do prefeito e de seu vice, Darci Lermen e João do Verdurão, respectivamente. Embora, sem efeitos imediatos de afastamento, a sentença respinga na candidatura de Keniston!

Diretamente, porque lança desconfiança junto ao eleitorado da cidade acera dos meios e da viabilidade financeira da mesma, uma vez que a causa justificadora da sentença foi “abuso do poder econômico”. E, indiretamente, uma vez que a Justiça Eleitoral manda o recado: "sabemos o que vocês fizeram nas eleições passadas! Estamos de olho!"

Há quem diga: "Finalmente!"




 

 

Leônidas Mendes Filho (historiador, professor e bacharel em Direito)


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