Jean Wyllys defende que Lula desista da reeleição para apoiar Simone Tebet: “Já deu”

Em uma entrevista de duas horas ao videocast Futeboteco, o ex-deputado Jean Wyllys defendeu que o PT, ao qual é filiado desde 2021, deixe o protagonismo de lado para apoiar a candidatura da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), a presidente em 2026. Antevendo que vai “apanhar horrores” dos seus colegas de partido, o ex-deputado sugere que o PT abra mão da cabeça de chapa. “Eu acho que era hora de o PT sair do protagonismo e vir para a retaguarda, se tornar coadjuvante, apostar no nome de Simone Tebet como cabeça de chapa”. Simone recebeu 4,9 milhões de votos (4,16% dos válidos) no primeiro turno, em 2022, e declarou apoio a Lula no segundo.

Na avaliação de Jean, o atual governo Lula é de centro direita e precisa apostar em uma figura que dialogue com vários setores da sociedade, a exemplo de Simone. Ele sugeriu que o vice seja o ministro dos Direitos Humanos, Silvio de Almeida. “Eu acho que o Lula não deveria se candidatar em 2026, já deu”, afirmou no programa.

Embora ressalte que ama Lula, o ex-deputado avalia que o presidente envelheceu, está mais conservador e terá muita dificuldade para fazer a “contenção” à extrema direita caso concorra à reeleição. “É difícil eu dizer isso, até porque eu vou ser xingado. O lulismo é uma coisa muito doida e o lulismo às vezes não é muito crítico. Eu acho que Lula pode ser cabo eleitoral”, disse.

Jean Wylly reconhece que sua sugestão dificilmente será aceita pelo PT e por Lula. “Acho que a Simone, muito mais que a Marina, dialoga muito mais com mais setores. E a Simone integra o atual governo. Mas aí isso implicaria o PT largar o osso, mas o PT não é um partido que largue o osso, lamentavelmente. E Lula tem sua vaidade, né. Porque Lula é maravilhoso, eu amo o Lula, amo, mas Lula é vaidoso. Lula não gosta de outras lideranças perto dele. Ele tem a vaidade de ser o super leão que está aqui”, declarou. Ele reclama que falta renovação dentro do PT. “Então novas lideranças também não brotaram porque o PT fica no lulismo e a gente precisa entender que Lula não é eterno”, ressaltou.

No programa, Jean Wyllys conta como a morte de Marielle Franco, sua amiga e ex-companheira de Psol, e o cenário hostil, abastecido com fake News e mensagens de ódio em 2018, fizeram com que ele renunciasse ao mandato para o qual havia sido eleito naquele ano. Conta, ainda, como foi sua experiência fora do país e como encontrou na arte uma cura para a depressão que enfrentou nos anos que passou no exterior.




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