Apontado pela oposição como político defasado, Lula foi presenteado pelos adversários com uma excursão pelo passado. Ganhou dois inimigos que pedia a Deus: os bilionários e Tio Sam. Retirou da mochila duas ferramentas antigas: a luta de classes e o nacionalismo. Avesso ao celular, Lula bombou nas redes sociais.
Há duas semanas, havia no Planalto um presidente combalido à procura de um discurso. Os rivais revigoraram Lula com dois gols contra. Na crise do IOF, o centrão tarcisista forneceu material para memes anti-Congresso.
Ao inspirar o tarifaço de Trump contra o Brasil, o clã Bolsonaro ressuscitou o imperialismo nostálgico, o bom e velho inimigo que sempre animou a esquerda a viver. De repente, Lula passou a dispor de duas bandeiras populistas e populares: "pobres contra ricos" e "ianques, go home!"
Se a conjuntura dos últimos dias virasse roteiro de cinema, resultaria numa comédia dramática. Deve doer nos operadores da oposição bolsonarista a percepção de que comprometem a cena fazendo o papel de vassalos desastrados, num enredo confuso, em que o protagonista é um gorila cor de laranja, o coadjuvante é um capitão golpista e o epílogo é a cadeia.
Vida que segue...
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