Lula escapa da arapuca de Cláudio Castro por um triz

Dias depois de cair na armadilha que sua língua criou num improviso em Jacarta —traficantes "são vítimas dos usuários"—, Lula escapou por um triz de uma arapuca montada por Cláudio Castro. Enxergou nos subúrbios da operação policial que matou 121 pessoas no Rio de Janeiro um esforço para aproximá-lo da bandidagem e distanciá-lo da pauta da segurança pública.

Castro acusou o governo Lula de deixar as polícias do Rio "sozinhas" na guerra contra o Comando Vermelho. Durante 24 horas, autoridades de Brasília dedicaram-se a morder a isca —ora desmentindo o governador, ora criticando a matança recorde. Soaram nesse coro as vozes dos ministros Ricardo Lewandowski, Gleisi Hoffmann, Guilherme Boulos e Fernando Haddad.

Numa videoconferência, governadores bolsonaristas —Tarcísio, Caiado, Zema e etc.—estenderam a mão para Castro. Lula farejou nos lances uma articulação do bolsonarismo para fustigá-lo. Enviou para o Rio uma missão chefiada por Lewandowski. Avalizou acordo firmado por seu ministro da Justiça com Castro. Prevê a instalação de "escritório emergencial" de enfrentamento conjunto ao crime organizado.

Só então, com 24 horas de atraso, Lula levou às redes sociais uma posição. Coreografado pelo ministro do marketing Sidônio Palmeira, disse que não se pode aceitar que o crime continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades. Defendeu o "trabalho coordenado". Distanciando-se do mar de sangue, enalteceu a operação Carbono Oculto, que asfixiou parte das finanças do PCC sem tiros. Não citou os 121 mortos. Parece obcecado em não fornecer munição nova aos adversários.


Siga o blog pelo insta professor_aldery 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Popular Posts