Filipe Luís e o campo

Às vésperas do seu jogo mais emblemático no Brasileirão, Filipe Luís está desafiado pelo campo. O Flamengo venceu o Botafogo com extrema autoridade no gramado sintético do Engenhão. Para ganhar, o jovem e talentosíssimo treinador abriu mão do algoritmo e fez um acordo com a vida real. 

A prosaica premissa da realidade no futebol é: se você tem um goleador no elenco, escale no time titular. Nada pode ser mais simples, por mais que as novas terminologias do tatiquês proponham fazer do futebol um esporte hermético, fechado em ritos e procedimentos que só os iniciados compreendem. 

O Flamengo no Brasileirão deixou alguns pontos pelo caminho porque seu excelente treinador contrariou informações que o campo lhe deu. O esquema pretensioso usado contra o Cruzeiro no Maracanã, onde os dois artilheiros Pedro e Bruno Henrique começaram no banco, quase rendeu derrota ao Flamengo.

Na entrevista pós-vitória sobre o Botafogo, Filipe Luís reiterou que vai até o fim com suas convicções. Perfeito, prefere ganhar ou perder com a própria cabeça. Ele só não pode, sob pena de fracassar, crer que suas convicções são mais importantes do que o que o campo lhe informa sobre estas convicções. Aí vira pecado capital, soberba. Filipe Luís é maior do que isso.

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