O UBS avalia que o Brasil não tem espaço para um ajuste fiscal gradual e defende um programa rápido e consistente de redução de despesas permanentes. O argumento é de que um ajuste baseado em aumento de receitas seria ineficaz para estabilizar a dívida pública e recuperar a confiança dos investidores.
“A carga tributária já está na máxima histórica, a economia opera sem capacidade ociosa e os juros estão bastante elevados em termos reais”, diz relatório assinado pelas economistas Solange Srour e Débora Nogueira. O UBS considera que, diante dessas condições, “a aposta em um ajuste gradual é inviável”.
O banco cita estudos do economista Alberto Alesina para reforçar que consolidações fiscais lentas e centradas em aumento de impostos tendem a fracassar, prolongando a incerteza e desestimulando o investimento. Em contraste, cortes significativos de gastos podem melhorar expectativas e acelerar a retomada do crescimento.
Outro argumento está na experiência internacional. Casos como os de Canadá, Suécia e Irlanda mostraram que ajustes rápidos e focados em redução de despesas ajudaram a recuperar a confiança e reduzir o risco soberano. Já países que optaram por elevar tributos, como Grécia, Itália e França, enfrentaram recessões prolongadas e aumento da dívida.
Para o Brasil, o UBS defende que o “choque de credibilidade” deve vir do lado das despesas. o banco sugere rever regras que tornam o gasto público automaticamente crescente, como a indexação do salário mínimo ao PIB, além de redesenhar benefícios como BPC, auxílio-doença, seguro-desemprego e abono salarial. O relatório também propõe limitar subsídios e renúncias tributárias e reformar os incentivos federativos que estimulam desequilíbrio fiscal.
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