Senado mostra que a Câmara beija a morte a troco de nada

Quem convive com a pilantragem assegura, por contraste, uma imagem honorável. Ao organizar o funeral da PEC que blinda o mandato de bandidos, a ala sensata do Senado mostrou à banda bandalha da Câmara que há males que vêm para pior.

Hugo Motta, chefe da Câmara, chamou blindagem de "prerrogativa". Alessandro Vieira, relator da emenda no Senado, traduziu para o idioma da rua: "É uma PEC desenhada para proteger bandido. O interesse público exige rejeição."

Os deputados brincaram com a paciência alheia como quem brinca de roleta russa. Estavam tão convictos de que a aversão da opinião pública no Brasil é uma arma completamente descarregada que incluíram na brincadeira a anistia de Bolsonaro.

O ronco do asfalto mostrou que os deputados beijaram a morte. A desautorização dos senadores revela que fizeram isso a troco de nada. Continuam submetidos à Justiça. O Supremo demora a condenar. Mas o tribunal das urnas dará seus veredictos em 2026.


Jozias de Souza - colunista da UOL


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