Eleições 2022: as encruzilhadas da candidatura de Keniston (parte 3)

 

Já apontamos aqui que, nas condições ora existentes, o titular da SEGOV de Parauapebas, Keniston Braga, merece o reconhecimento de quaisquer analistas da política de nossa cidade por conseguir unificar a máquina governista em torno de sua pretensão à vaga na Câmara de Deputados. Ponto!

Mas, também mostramos que, apesar da “unanimidade governista”, sua candidatura apresenta impasses e obstáculos a equacionar: ou seja, “encruzilhadas políticas” ainda não de todo dirimidas e, algumas, ao que parece, ainda não devidamente enfrentadas.

Já destacamos, por exemplo, os impactos das disputas nacional e regional (aqueles, inclusive, um tanto mais complicado do que estes) e partidário; e, óbvio, seu entrelaçamento. A encruzilhada partidária, devemos considerar, já encaminhada com Keniston se abrigando no MDB e, junto com o prefeito Darci Lermen, assumindo a campanha da reeleição do governador Hélder Barbalho na região do Carajás.

A questão da disputa nacional talvez lhe seja um tanto mais complexa, pois, indo para o MDB, com Darci e Helder lhe apadrinhando o nome, Keniston se verá compelido a (também) agregar-se à campanha de Lula (PT) para a presidência contra Bolsonaro (PL), que, além de candidatura própria para o governo do Estado contra Hélder, portanto, conta com forte simpatia do eleitorado de Parauapebas e região.

Este, entretanto, pode não ser o dilema mais complicado da candidatura Keniston! Ainda há mais um problema; talvez não tão evidente no curto prazo, mas de difícil destrinchamento no médio (leia-se, para a disputa municipal de 2024).

Qual seja: para ter chances de eleição, ou pelo menos uma boa votação, Keniston precisa do empenho de toda máquina do governo municipal. Para tê-lo, precisa envolver-se e contribuir humana e materialmente com as campanhas para ALEPA dos aliados/as, especialmente os de Parauapebas, fortalecendo-os(as) eleitoralmente. Outro ponto!

Eis aí um perigo para suas pretensões políticas de longo prazo: debutante em disputas eleitorais, Keniston poderá assistir a ascensão eleitoral, em sentido qualitativo, de outro nome (um dos que estarão disputando votos para a ALEPA), que, se apresentar votação expressiva, poderá se tornar “candidato(a) natural” à sucessão de Darci Lermen.

Sem querer ser repetitivo: “política é como nuvem, muda com o vento (e com os votos)!”

 

 

(Leônidas Mendes Filho é historiador, professor e bacharel em Direito)

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