Se você acha que já foi a uma festa incrível, vai repensar isso depois de saber todos os detalhes do último baile do Império, que aconteceu em 9 de novembro de 1889.
A ideia da festa foi de Visconde de Ouro Preto, um tipo de super ministro da época.
O objetivo era mostrar que estava tudo bem com Dom Pedro II. Que nada estava pegando. A realidade, como sabemos, era bem diferente disso.
O que foi passado para a população é que o festejo seria uma homenagem aos oficiais de um navio chileno. Também bobagem: todo mundo sabia que era pra comemorar as bodas de prata da Princesa Isabel e do Conde D´Eu.
Até pensou-se fazer a festa em Petrópolis ou até mesmo no Paço Imperial, mas, olhando para segurança, decidiu-se pela Ilha Fiscal, antiga “Ilha dos Ratos”.
Essa festa parou o Rio de Janeiro.
Os cabeleireiros mais badalados, franceses, ficaram esgotados. Os homens faziam fila em barbeiros para melhorar o visual.
As lojas de roupas chiques, na Rua do Ouvidor, a Oscar Freire do final do século XIX e começo do XX, venderam o que dava e o que não dava.
Joias eram arrebatadas.
Nenhum dos 2000 convidados queria passar desapercebido.
E a ostentação no cardápio chamou atenção: 800 quilos de camarão, 800 lagostas, 800 latas de trufas, 1.300 frangos, que ninguém é de ferro, 188 caixas de vinhos, 80 caixas de champanhe, 10 mil litros de cerveja...
Outra curiosidade: uma pessoa que não foi convidada acabou sendo um dos líderes da queda do Império alguns dias depois.
THIAGO GOMIDE é historiador e jornalista. Pós-graduado em História do Brasil e Mestre em História, Bens Culturais e Política pela FGV. Foi apresentador e editor do Canal Futura e diretor da MultiRio,
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