Presidente da associação dos agricultores familiares do local, o pai do menino, Geovane dos Santos SIlva, também foi atingido nos ombros pelos disparos, mas sobreviveu.
De acordo com o relato da mãe do menino à CPT (Comissão Pastoral da Terra), braço agrário da Igreja Católica, os suspeitos atiraram primeiro no homem. Ela e o filho se esconderam debaixo da cama, mas os criminosos arrastaram o menino e atiraram contra ele.
Agricultores afirmaram à CPT que a casa de Geovane já havia sido alvo de outros atentados. A comissão pede que a investigação do crime apure uma eventual relação com o conflito agrário existente na região.
A ocupação do engenho pelas famílias, na condição de agricultoras familiares, ocorreu após a falência das usinas onde trabalhavam ou eram credoras.
Segundo a CPT, nos últimos anos a comunidade vem sofrendo diversas ameaças e violências por empresas que exploram economicamente a área, com intimidações, destruição de lavouras e com contaminação das fontes de água.
Segundo a instituição, os casos já foram denunciados às autoridades, sem que medidas efetivas tenham sido tomadas pelo Estado.
O corpo da criança foi enterrado na tarde da sexta-feira (11). Moradores realizaram um protesto e levaram cartazes com dizeres de "saudades".
Em nota, a Polícia Civil do Pernambuco afirmou que o delegado titular de homicídios de Palmares, Marcelo Queiroz, foi designado para apurar o fato. A Delegacia Seccional de Palmares e a Delegacia de Barreiros estão dando apoio nas investigações.
A corporação disse que "está empenhada na investigação, até a completa elucidação e responsabilização penal" dos envolvidos. Guarnições da Polícia Militar seguem fazendo incursões na área para localizar os suspeitos.
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