Mulheres perdem espaço no mercado de trabalho durante a pandemia

A última pesquisa Pobreza e Equidade realizada pelo Banco Mundial concluiu que a desigualdade de gênero continua influenciando resultados sociais e econômicos no Brasil. A participação das mulheres no mercado de trabalho é inferior à dos homens — somente 42% das mulheres participam do mercado de trabalho. O relatório atrelou os resultados, também, aos papéis sociais tradicionais de gênero que aumentaram o trabalho doméstico não remunerado das mulheres e os encargos educacionais infantis durante os bloqueios escolares.

Um reflexo dessa situação é a remuneração menor que as mulheres recebem, apesar de qualificações superiores a dos homens, o que limita os benefícios do nível educacional alcançado pelas mulheres brasileiras.

Em 2021, a chance de mulheres perderem o trabalho foi quase o dobro da dos homens. Para Hayeska Barroso, doutora em sociologia, o retorno às atividades foi mais difícil para mulheres por causa da não atuação do estado como rede de apoio à mulher. “A fragilidade do estado afeta visceralmente a condição das mulheres mais pobres. Não basta estar no mercado, não é só a carteira assinada ou a vaga garantida. A proteção envolve previdência, saúde e organização familiar”, ressaltou.

“Desde políticas públicas às empresas privadas com ações contra assédio ou qualquer abuso à figura da mulher, instituindo equidade salarial e, principalmente, trazendo mulheres para cargos de decisão. O homem branco cercado de privilégios não vai optar por ter menos poder. Então é necessário termos mulheres nas funções mais altas para mudarmos essa mentalidade”, completou Hayeska.

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