Longe dos holofotes: Quem são os nanicos na disputa à presidência

Entre os 12 pré-candidatos das eleições presidenciais de 2022, quatro são aqueles considerados nanicos, com siglas sem representação no Congresso e que acabam sem pontuar —ou às vezes até constar— nas pesquisas de intenção de votos. Em 2018, foram apenas 3 entre 13. Os números mais recentes não chegam nem perto do registrado em 1989, quando houve a primeira disputa pela Presidência da República após a redemocratização: metade dos 22 candidatos pertencia a siglas pequenas.

No período de 33 anos, houve nanicos que se tornaram antológicos, como Levy Fidelix, do PRTB. Embora tenha concorrido ao Planalto apenas duas vezes, participou de 12 disputas eleitorais em 24 anos, entre 1996 e 2020, quando concorreu à prefeitura de São Paulo pela última vez. Fidelix morreu em 2021, sem nunca ter sido eleito ou sequer atingido 1% dos votos.

Enéas Carneiro, do extinto Prona, foi mais bem-sucedido. O político, falecido em 2007, concorreu três vezes à presidência. Embora também nunca tenha sido eleito, em 1994 chegou a 7% dos votos, em terceiro lugar. 

Neste ano, há um veterano entre nanicos. José Maria Eymael (DC) disputa a presidência pela sexta vez —um recorde entre os participantes atuais, ao lado do ex-presidente Lula (PT). Diferente do petista, no entanto, o democrata cristão nunca chegou a obter 1% dos votos. É dele o título de maior perdedor de eleições presidenciais desde a redemocratização: se não surpreender esse ano, somará seis derrotas.

Na eleição deste ano, os perfis são variados, mas ainda pouco representativos. Entre os atuais pré-candidatos, só três são mulheres (duas delas de partidos nanicos) e apenas dois são negros (ambos também nessa lista). Se, em 2018, 7 das 13 chapas tinham presença feminina, para este ano só MDB, PCB e PSTU lançaram pré-candidatas e ninguém indicou nome feminino a vice.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Popular Posts