Pacheco honra o Congresso no Senado; na Câmara, Lira o degrada como nunca!


 
Gosto, no geral, da atuação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSDB-MG). É ainda jovem, mas me lembra um político à moda, em alguma medida, antiga. E isso é um grande elogio. Chamo "moda antiga", nestes dias insanos, àquele que tem atenção às instituições; que, sabendo de que é presidente um Poder, atua para diminuir tensões em vez de buscar acirrá-las, mas que também não condescende com ofensas àquilo que constitui a essência da instituição que comanda e que traça, vamos dizer, linhas vermelhas a indicar o que não pode ser ultrapassado. Sabem que é o seu oposto — e, também a seu modo — muito moderno? Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara. Ele avilta a função.

Pacheco tenta evitar que ânimos se extremem — e precisamos de gente assim —, mas também tem a clara noção dos limites que não podem ser ultrapassados. Foi o político, até com ênfase mais dura do que as esquerdas, que mais bateu nas manifestações golpistas promovidas por Jair Bolsonaro no domingo. À diferença do que fez até uma parte da imprensa -- já corrompida pela degradação institucional --, não buscou normalizar o ataque às instituições como se isso fosse uma das opiniões aceitáveis. Afirmou, por exemplo: "Manifestações ilegítimas e antidemocráticas, como as de intervenção militar e fechamento do STF, além de pretenderem ofuscar a a essência da data, são anomalias graves que não cabem em tempo algum".

Muito bem! Pacheco também esteve com Luiz Fux, presidente do Supremo, na terça, antes de este se encontrar com o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ministro da Defesa. Depois da reunião, afirmou o senador: "Nós temos uma obrigação comum de enfrentar arroubos antidemocráticos, temos de preservar a democracia, preservar o Estado de Direito e garantir que as eleições aconteçam no Brasil dentro da normalidade que a sociedade espera"

A atuação de Pacheco contrasta com a de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara. É bem verdade que o senador não é um sócio do poder, como é Lira. Este, até agora, nada disse, além de platitudes, sobre os atos antidemocráticos do domingo e a tentativa de emparedar o Supremo.

Lira precisa começar por estudar lógica elementar. E também não deve fugir de um tratado moral. 

Nem durante a ditadura um presidente da Câmara dos Deputados foi tão servil a um presidente autoritário. Um servilismo útil, voluntário e lucrativo. Para quem? 

Para Lira!

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