A política em Brasília pode levar alguém do céu ao inferno em um dia e, no dia seguinte, inverter essa posição. É quase como o balcão de uma bolsa de valores, onde algumas ações são mais vendidas quando a expectativa é de que seu valor caia e o investidor não quer ficar no prejuízo. Ou, são mais compradas quando se espera que se valorizem. É o famoso viés de baixa, ou de alta.
No jogo político, é quase o mesmo. Que o diga a presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, tachada de autoritária e cobrada por ter provocado uma situação constrangedora no fim de semana passado.
Na quarta, 3, ela postou foto em redes sociais ao lado do que fora "constrangido" no evento do Ceará, o deputado André Fernandes (PL-CE), ambos sorridentes.
Michelle, na foto, posa vitoriosa ao ver seu partido riscar o nome do ex-ministro Ciro Gomes da agenda de potenciais aliados, depois de um discurso duro contra ele no lançamento da pré-candidatura ao governo cearense do senador Eduardo Girão (Novo-CE).
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), por outro lado, abandonou o título de adulto na sala do Congresso, que havia assumido diante das hesitações e erros cometidos pelo seu colega na Câmara, o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB).
Alcolumbre firmou uma queda de braço em torno da indicação do sucessor do ministro Luís Roberto Barroso no STF, e dali não saiu mais. Lula indicou o advogado-geral da União, Jorge Messias, mas o presidente do Congresso fazia lobby pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O líder da Casa esbravejou, expôs o governo Lula e criou embaraços aos interlocutores. Mandou recados de que a vida de Messias não seria fácil no Senado. Manteve a postura, ainda que estivesse passando por cima de uma prerrogativa constitucional que garante ao presidente da República decidir indicações para a Corte Suprema. Defendeu que cabia também ao Senado, segundo a Constituição, o papel de aprovar ou rejeitar o indicado pelo presidente.
Pelo sim, pelo não, Lula optou jogar no W.O. Não enviou a indicação de Messias, oficialmente. A leitura do parecer do relator dessa indicação deveria acontecer nesta quarta, dia 3; no dia 10, haveria a sabatina e a votação de apoio ou rejeição.
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