Não me peçam razões, que não as tenho, Ou darei quantas queiram: bem sabemos Que razões são palavras, todas nascem Da mansa hipocrisia que aprendemos.
Não me peçam razões por que se entenda A força de maré que me enche o peito, Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.
Não me peçam razões, ou que as desculpe, Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece A cor de primavera que há-de vir.
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