Josias: Bolsonaro se preocupa mais com o próprio futuro do que com golpismo

Na avaliação do colunista do UOL Josias de Souza, hoje Jair Bolsonaro (PL) está mais preocupado com seu futuro criminal do que com um eventual golpismo de contestação do resultado das urnas. Bolsonaro perdeu as eleições presidenciais para Luiz Inácio Lula da Silva, que foi eleito com 50,9% dos votos válidos e, para Josias, o atual presidente foi de certa forma "cercado".

"Hoje [Bolsonaro] está mais preocupado com o futuro criminal dele do que com esse golpismo", afirmou durante participação no UOL News. "Ele está mais preocupado com o futuro criminal e civil dele porque ele vai deixar de ter a proteção do cargo a partir de janeiro", disse.

Hoje Bolsonaro tem foro privilegiado. Ao sair da presidência, ele deixa de ter essa vantagem, e por isso se preocupa com a ida de processos contra ele para a primeira instância, diz Josias. 

Josias também afirmou que a reação de Bolsonaro, de não se pronunciar após a derrota, já era esperada, mas que existe um medo real da consequência de ter perdido as eleições.

O colunista ainda relembrou que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, "cercou" tentativas de golpe de Bolsonaro e manteve inquéritos como o das fake news ou das milícias digitais em suas mãos.

"Alexandre de Moraes estrategicamente manteve esses processos que ele conduz, alguns deles há mais de três anos abertos, porque ele queria ter o Bolsonaro de certa maneira na sua mão. (...) Hoje Bolsonaro está mais preocupado com as consequências da perda do mandato e transferência dos seus processos para a 1ª instância do que com o questionamento do resultado das urnas."

Por fim, Josias também destacou que Bolsonaro não deve "esticar demais a corda" em uma possível guerra com as instituições e o próprio STF, já que ele "tem muito a perder".

"Agora ele foi cercado, o Alexandre de Moraes proclamou o resultado das eleições com todas as instituições ao redor, e todas as forças políticas que estão em torno do Bolsonaro são pragmáticas. Para o Bolsonaro, não convém esticar a corda."

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