Quando essas eleições finalmente acabarem, nós não podemos nos esquecer da força e da entrega de duas mulheres: Marina Silva, da Rede, e Simone Tebet, do MDB. Em meio a uma eleição marcada por baixarias e atos insanos, é no equilíbrio das duas que devemos nos inspirar.
Se você é uma pessoa que pensa que todo político é igual e só luta em benefício próprio, as duas estão aí nos mostrando que não é bem assim.
Simone Tebet foi candidata pelo MDB e ficou em terceiro lugar.
Na hora de decidir o que faria no segundo turno, não hesitou. "No momento não cabe a omissão da neutralidade", disse. E pressionou seu partido para que uma decisão fosse tomada rapidamente. Passou a apoiar Lula, um adversário.
Não, Tebet não é petista nem de esquerda. Ela é uma política democrata de centro. E esse apoio poderia significar apenas fazer um vídeo e sumir, como fizeram certos candidatos. Mas não. Ela botou a mão na massa e passou a subir em palanques Brasil afora para tentar derrotar Jair Bolsonaro, que, segundo ela, vai entrar para "o lixo da história".
Lula já disse que, se for eleito, ela só não será ministra se quiser. Tomara que, se ele for eleito, ela queira. Mulheres na política são importantes e, ao anunciar seu apoio, Tebet encaminhou para o candidato do PT uma lista de pautas relativas a mulheres que ela considera fundamentais.
A deputada federal eleita Marina Silva conhece esse ódio de perto. Ela sempre foi extremamente atacada. No fim de semana, os ataques aconteceram na "vida real". Ela estava no restaurante de um hotel em Belo Horizonte quando foi atacada por bolsonaristas, que a ofenderam aos gritos chamando-a de "vagabunda".
E, no caso de Marina e Tebet, elas têm também dignidade e força de sobra. E nos mostram que lugar de mulher pode, sim, ser na política, em cima do palanque, com argumentos e equilíbrio (algo que anda em falta no caso de muitos homens envolvidos nessa eleição).
Nina Lemos, colunista da Universa
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